Pesquisa da UEPG alerta agricultores sobre manejo da cigarrinha-do-milho
Publicado em 11 de junho de 2024 às 12:03
Lavoura deve usar inseticida com ou sem a presença da cigarrinha, que é transmissora de doenças para a planta
A Universidade Estadual de Ponta Grossa publicou pesquisa sobre manejo da cultura do milho, que apresenta propostas para combater uma praga conhecida na agricultura da região. A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que costuma ocasionar perdas entre 70% a 90% em lavouras, pode ser combatida com uso correto de alguns produtos, segundo o estudo. Desenvolvida nos laboratórios da UEPG, a pesquisa faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho, formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de Governo do Paraná.
A investigação é conduzida por Orcial Bortolotto, professor do curso de Agronomia e diretor da Fazenda Escola Capão da Onça. Os resultados apontam para o uso de inseticida na lavoura, com ou sem a presença do inseto, pois a cigarrinha é uma transmissora de doenças para a planta. “O atraso na aplicação pode acarretar perdas em torno de 50%, evidenciando a importância do manejo no início da pressão da praga. Desse modo, é importante a integração de produtos químicos e biológicos”, ressalta o professor.
Alguns produtos foram analisados no estudo, como o Neonicotinoides, que apresentou maior ação residual para a ninfa (fase juvenil da cigarrinha-do-milho), quando comparado aos inseticidas de ação rápida, que matam também inimigos naturais. “Além dos químicos, os inseticidas biológicos também têm contribuído para a redução populacional da praga. Dentre os fungos, atualmente há registro para a Beauveria bassiana e Isaria fumosorosea. De modo geral, devem ser realizadas, no mínimo, duas aplicações de biológicos”, adverte Orcial.
O professor destaca o impacto que pesquisas da UEPG geram na região. “Estamos numa região em que muitos produtores plantam milho, às vezes mais de uma safra por ano, e essa praga tem aparecido com frequência, então conseguimos dar uma resposta de relevância local”. Mas a pesquisa não se restringe aos Campos Gerais. “O estudo da UEPG tem uma abrangência maior, que auxilia em outros estados que registram a ocorrência da cigarrinha-do-milho, como São Paulo e Mato Grosso do Sul. Isso acaba fortalecendo quem está na ponta da produção agrícola”, finaliza. O estudo completo pode ser visto no link aqui, e tem coordenação da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema Faep/Senar-PR e Fundação Araucária.