SAMU E SIATE ALERTAM PARA O PERIGO DE QUEIMADURAS DURANTE AS FESTAS JUNINAS

Ao longo do ano os serviços de urgência atenderam 831 pessoas com queimaduras no Paraná

As tradicionais festas juninas são motivo de alegria para a comunidade durante os meses de junho e julho, mas também podem ocasionar acidentes devido às fogueiras, fogos de artifício e bebidas quentes. Para evitar aborrecimentos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Corpo de Bombeiros fazem um alerta para cuidados que previnem acidentes, ocasionando queimaduras de segundo grau e que envolvem cabeça, tronco e membros superiores (mãos e braços).

No Paraná, entre janeiro e os primeiros dias de junho, 831 pessoas foram atendidas pelos serviços de urgência (Samu) e emergência (Siate), em decorrência de queimaduras. Em hospitais, os internamentos pelo mesmo motivo chegaram a 615 até ao mês de abril, uma média de 153 por mês. Segundo dados do DataSUS, no Paraná, em 2024 foram 8.682 atendimentos, sendo 1.894 resultaram em internação hospitalar. Já o Samu e Siate efetuaram 1.190 atendimentos com vítimas de queimaduras, no geral. Além dos internamentos, os serviços ambulatoriais também recebem as pessoas vítimas de acidentes que resultam em queimaduras. Somente nos primeiros quatro meses do ano foram 1. 838 pessoas.

Esses acidentes podem levar à morte e, dependendo da gravidade da queimadura (1º, 2º e 3º grau), causar morbidade, hospitalização prolongada, desfiguração e incapacidade, além de cicatrizes. Por isso, o cuidado deve ser redobrado ao manipular bebidas e alimentos com temperaturas elevadas. 

“É possível manter as tradições, desde que a segurança venha em primeiro lugar. Não podemos permitir que um momento de alegria se transforme em risco à vida. Por isso, reforçamos orientações que fazem toda a diferença nesses períodos”, destaca o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

As queimaduras podem ocorrer durante o preparo e ingestão destes produtos. As crianças devem se manter longe do local de preparo e os cabos de panelas devem ser direcionados para a área do fogão.

Além disso, as brincadeiras devem ser realizadas longe de fogueiras para prevenir queimaduras causadas pelas chamas ou nas vias aéreas, pela inalação da fumaça. As fogueiras devem ser posicionadas longe de matas, depósitos de papel ou produtos inflamáveis. Ao acender fósforos, manter o palito longe do rosto, para não atingir cabelo ou sobrancelha, e lembrar que produtos inflamáveis, como álcool, não devem ser utilizados próximo ao fogo. Todos esses produtos devem ser mantidos longe do alcance de crianças.

A porta-voz do Corpo de Bombeiros do Paraná, capitã Luisiana Guimarães, diz que no mês de festas juninas todo cuidado deve ser tomado. “Nesse período a gente tem mais contato com fogo, a fogueira, alguns fogos de artifício, alimentos quentes. Algumas orientações devem ser seguidas para a prevenção de acidentes relacionados às queimaduras”, afirma. “É preciso tomar cuidado com fogos de artifício, respeitando as orientações e o acendimento da fogueira”.

Ela explica que, caso seja necessário utilizar algum líquido inflamável, como por exemplo, o álcool, deve-se em primeiro lugar verificar se não tem nenhuma fonte de ignição por perto. “Se houver necessidade de utilizar algum material combustível, como álcool, o acendimento deve ser feito enquanto a fogueira está apagada”, explica. O combustível não deve ser usado quando já há fogo, pois pode ocorrer explosão e causar queimaduras nesse processo.

REDE DE ATENDIMENTO – O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para pessoas vítimas de queimaduras. O Paraná tem 35 leitos disponíveis pelo SUS, sendo 23 cirúrgicos e 12 leitos UTI. O Hospital Universitário de Londrina e o Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, são referência nesse tipo de internação.    

Os leitos especializados para queimados são voltados a casos graves, que exigem internação prolongada. Ainda assim, as pessoas vítimas de acidentes contam com uma ampla Rede Hospitalar e Assistencial, recebendo atendimento em diversas unidades de saúde distribuídas pelo Estado, que contam com profissionais capacitados e equipamentos adequados para o tratamento dessa e de outras patologias.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram aproximadamente 11 milhões de casos de queimaduras que requerem atenção médica em todo o mundo a cada ano, cerca de 30 mil novos casos por dia. Em relação aos óbitos são mais de 180 mil por ano.

PREVENÇÃO – A capitã do Corpo de Bombeiros ainda orienta sobre como proceder em caso de uma queimadura. Caso seja de primeiro grau, aquela que causa vermelhidão a pessoa deve ficar atenta. “De imediato, assim que sofrer o acidente, é preciso colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por aproximadamente dez minutos. Compressas úmidas e frias também são indicadas”, afirma.  

A de segundo grau, que contém bolha, a orientação é não furar, sendo que o corpo reabsorverá o líquido gerado. Caso seja uma queimadura mais profunda, de 3º grau, em grandes extensões do corpo, por substâncias químicas ou eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos e de saúde urgentes acionando o número 193, do Siate, vinculado ao Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.

Publicado em 10 de junho de 2025 às 21:22

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