Município, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros instalaram Centro de Controle Operacional no Gabinete de Crise para integrar ações

CASTRO, PR – Apesar dos estragos expressivos causados pela forte chuva de granizo na manhã desta terça-feira (26), apenas nove pessoas ficaram desabrigadas em Castro, na região dos Campos Gerais do Paraná, segundo o Corpo de Bombeiros: oito delas (seis mulheres e duas crianças da mesma família) estão alojadas no Ginásio de Esportes Padre Piva. Outras 14 pessoas estão desalojadas e passaram a noite em casas de familiares ou optaram por permanecer nas próprias casas, de modo improvisado. O número de pessoas afetadas chega agora a 2,4 mil pessoas que vivem em aproximadamente 600 imóveis danificados. No Educandário Manoel Ribas, a distribuição de telhas, madeira, colchões, roupas, calçados e alimentos voltou a acontecer na manhã desta quarta (27) e, por lá, já passaram mais de 350 moradores.

“Quando eu cheguei em casa, o Corpo de Bombeiros já estava lá dando as lonas. Minha irmã teve bastante estrago também. Tenho muito a agradecer à turma da Prefeitura, ao povo que veio trazer roupa, colchão, cobertor, marmitex e café da manhã pra nós. Eles ajudaram rápido, tiraram nós da área de risco”, disse Patricia de Fátima Camargo, moradora do Centro que está alojada no Ginásio.

Gabinete de Crise

Um gabinete de crise foi instalado na Prefeitura e agrupa as ações do Município, Defesa Civil municipal e estadual e do Corpo de Bombeiros no atendimento à população e para formalizar a documentação que pleiteia a decretação de Situação de Emergência pelo órgão estadual. Um decreto municipal de Situação de Emergência já foi publicado em Diário Oficial.

“A gente criou um centro de controle operacional. Desta sala a gente vai receber os relatórios, os diagnósticos, avaliações e danos. A equipe de engenharia sai a campo para fazer as avaliações para que a gente possa, com esses dados, alimentar o sistema da Defesa Civil para validar o decreto de Situação de Emergência”, explica o coordenador da Defesa Civil do município, Edmir Kirchof.

O trabalho de ajuda aos atingidos já foi retomado também nos bairros. Equipes da Guarda Municipal e do Departamento de Obras e Serviços da Secretaria Municipal de Governo atuam num arrastão pelas áreas afetadas, oferecendo ajuda e orientação.

Telhas

Além de reforço no número de bombeiros que vieram de outras cidades da região, somando um efetivo de 20 homens nesse atendimento, a corporação também já trouxe de Curitiba e de Ponta Grossa cerca de 3 mil telhas que chegaram na última noite. Outras 2 mil telhas ainda devem chegar à cidade pela Defesa Civil estadual e 1,5 mil foram entregues pela Prefeitura. “Já foram entregues cerca de 4 mil telhas e 30 rolos de lona”, conta o Major Renan Bortolassi, subcomandante do 2º Batalhão de Bombeiros.

Comerciantes, empresários e a população também se mobilizam na ajuda aos moradores. Doações de alimentos, roupas e calçados estão chegando ao Educandário e a equipe da Secretaria de Assistência Social faz a triagem e destinação para as famílias cadastradas.

Prédios públicos

As aulas foram retomadas para mais de 1,2 mil alunos nesta manhã nas três escolas que haviam suspendido as atividades. Reparos emergenciais e adaptações nos espaços das unidades permitiram o retorno nas escolas municipais Dr. Lourival Leite de Carvalho, Profª Marilda de Fonseca Fadel e do Jardim Bela Vista.

Quatro unidades de atendimento na área da saúde permanecem fechadas: as unidades básicas de saúde Araucária e Jeovah Ribeiro, a Sala de Fisioterapia (anexa à UBS Jeovah Ribeiro) e o Ambulatório da Pele (anexo à UBS Araucária). Segundo o secretário Municipal de Saúde, Matilvani Moreira, reparos emergenciais estão sendo feitos nas estruturas. “A expectativa é de que o atendimento retorne nesta quinta-feira (28)”, informa.

Também permanece fechado, para limpeza do espaço, o Centro de Atividades Físicas, que deve retomar o atendimento nesta quinta.

Apoio

Prefeitos da região dos Campos Gerais manifestaram apoio e ofereceram ajuda. Em suas redes sociais, o governador Ratinho Junior destacou que determinou que as equipes acompanhem de perto a situação.

Granizo

Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a tempestade na região de Castro foi causada pelo deslocamento de um vórtice ciclônico de altos níveis pelo Estado. Um vórtice ciclônico é um sistema de baixa pressão bem desenvolvido que se forma a cinco quilômetros de altitude e propicia a formação de tempestades.
“Esse granizo foi associado a uma tempestade severa que se formou no Centro do Estado, que por conta da topografia da região dos Campos Gerais, contribuiu para se intensificar como uma tempestade severa”, explicou o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib. “A circulação dos ventos dentro dessa tempestade gera gotas resfriadas, o granizo, dentro da nuvem”.
A chuva durou poucos minutos mas atingiu vários bairros da cidade e do interior por volta das 9 horas da manhã, deixando tudo coberto por uma espessa camada de gelo. A tempestade atingiu com mais força a região Sul da cidade, com telhados danificados no Jardim Termas de Riviera, Jardim Perpétuo Socorro, Jardim Alvorada, Jardim das Araucárias, Núcleo Habitacional Padre Piva, Centro, Jardim Bela Vista e Vila Rio Branco. Na área rural, as localidades mais atingidas foram as do Passo dos Bois e Tronco.

Fonte: PMC

Publicado em 27 de agosto de 2025 às 15:15