IAT USA QUEIMADA CONTROLADA PARA RESTAURAR FLORA DO PARQUE DO CERRADO

Na Vila Velha o recurso é utilizado desde 1914 para combater espécies exóticas

O Instituto Água e Terra (IAT) e o Corpo de Bombeiros do Paraná promoveram na sexta-feira (22) a queimada controlada de 27,2 hectares do Parque Estadual do Cerrado, em Jaguariaíva, nos Campos Gerais. A ação contou com aproximadamente 70 pessoas e faz parte de um projeto de restauração ambiental que busca recuperar a vegetação nativa da Unidade de Conservação (UC).

Esta é a primeira de seis etapas previstas. O objetivo é recuperar o bioma completamente em até cinco anos – o Cerrado ocupa cerca de 1% do território paranaense. A proposta conta com apoio da prefeitura, voluntários e do Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

Utilizada anteriormente com sucesso no Parque de Vila Velha, em Ponta Grossa, a técnica está sendo aplicada pela primeira vez no Cerrado. Também chamada de queima prescrita, é recomendada para combater a proliferação de espécies exóticas invasoras que prejudicam o crescimento da vegetação nativa.

“O Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, por isso depende do fogo para manter sua dinâmica natural. É um ganho ambiental porque tem espécies que só germinam depois da queima. Quando a vegetação cresce demais, com a introdução de exóticas como o pinus, a semente das espécies nativas não têm a luminosidade exata para quebrar a dormência e voltar”, explicou o chefe do Parque Estadual do Cerrado, Juarez Baskoski, um dos idealizadores do projeto.

Segundo ele, experiências anteriores comprovam que os efeitos positivos aparecem rapidamente. “Em alguns casos, pudemos perceber que era possível ver o campo retornando após duas semanas da utilização desta técnica. Em Vila Velha, temos mais de 33 espécies por metro quadrado reaparecendo e até animais silvestres voltando, como o tamanduá-bandeira, que não era registrado havia 30 anos.”

MANEJO – A técnica com utilização do fogo, prevista no Plano de Manejo do Parque, é feita desde 2014 em Vila Velha. Este procedimento só pode ser feito durante o inverno, entre maio e agosto, quando os pássaros da região não estão em período reprodutivo e não existem ninhos nos campos.

Publicado em 23 de agosto de 2025 às 14:05

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