IAT e INICIATIVA CAMPOS GERAIS REALIZARAM  A LIMPEZA DO PICO PARANÁ

Voluntários removeram os pinus, espécie exótica e invasora, preservando espécies nativas

O Instituto Água e Terra (IAT) e a Iniciativa Campos Gerais limparam cerca de 15 hectares do Parque Estadual Pico Paraná, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Ao longo do final de semana, dias 13 e 14, um grupo de 15 voluntários munidos de motosserras percorreu a Unidade de Conservação (UC) para remover o pinus do espaço, planta considerada exótica e invasora, uma forma de evitar prejuízos no desenvolvimento das espécies nativas do parque. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

A operação foi concentrada nos campos de altitude do Morro do Getúlio, além de três outros pontos ao longo da área escarpada do morro. O helicóptero do Centro de Operações Aéreas (COA) do Instituto foi utilizado durante os trabalhos para ajudar no transporte dos voluntários e de equipamentos para a área da força-tarefa, além de auxiliar na identificação de locais onde o pinus estava presente. A iniciativa contou com o apoio de empresas locais para suporte, infraestrutura e alimentação.

“O pinus é uma espécie que causa um impacto significativo nos nossos ambientes naturais. Ficamos satisfeitos com o resultado, conseguindo eliminar vários espécimes. E a intenção é darmos continuidade a esse trabalho, até conseguirmos eliminar essa espécie totalmente do parque”, afirma a bióloga e chefe do Parque Estadual Pico Paraná, Marina Rampim.

“É a primeira vez que o controle de pinus foi feito no morro. Tinham pinus, inclusive, com mais de 40 anos, e nós conseguimos limpar completamente a região”, acrescenta o promotor do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), do Ministério Público do Paraná, e voluntário da Iniciativa Campos Gerais, Fábio Grade.

ESPÉCIES EXÓTICAS – Para que uma planta seja considerada exótica e invasora, como o pinus, ela precisa se criar e se adaptar fora da sua área de distribuição natural e, sem a intervenção humana, ter a capacidade de sobreviver e proliferar, avançando sobre espécies locais e ameaçando habitats naturais.

De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo – a primeira em ilhas e Unidades de Conservação.

PINUS – O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960 é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do País.

A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial, pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa.

PICO PARANÁ – O Parque Estadual Pico Paraná é um complexo ambiental que abriga o maior pico da região Sul do País, com 1.877,39 metros de altitude, e faz a fama de aventureiros e montanhistas. A UC possui cinco picos e um morro que, para serem alcançados, precisam de uma caminhada que varia entre 3,5 km a 10 km.

O parque abriga uma grande diversidade de fauna e flora nativas. A floresta é formada por arbustos, xaxins, trepadeiras, bromélias, orquídeas e samambaias, que convivem com árvores de mais de 30 metros de altura como o cedro, a canjarana, a figueira-branca, a canela-preta e o sassafrás. Também é possível encontrar mais de 71 espécies de animais, como bugios, serelepes, pacas, ouriços, quatis, cutias e jaguatiricas, além da onça-pintada e da suçuarana, ameaçadas de extinção.

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 20:41

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