HOSPITAL MATERNO-INFANTIL DA UEPG REALIZA CIRURGIA NEUROLÓGICA INÉDITA

Procedimento foi realizado pela primeira vez nos hospitais da UEPG em um bebê de sete meses

O Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), realizou no final de março um procedimento cirúrgico neurológico em um bebê de sete meses. A cada dia, os profissionais procuram novas soluções para ampliar o atendimento 100% SUS ofertado para a população dos Campos Gerais.

Quem conta sobre essa cirurgia, que pela primeira vez foi realizada no Humai, são os médicos Fábio Viegas, chefe da neurocirurgi; e Guilherme Machado, neurocirurgião responsável pelo procedimento, uma terceiroventriculostomia, ou endoscopia cerebral. “Foi um tratamento para uma hidrocefalia complexa. Desde o nascimento, o paciente sofria com algumas válvulas que não conseguiam funcionar adequadamente. Isso porque haviam várias septações (obstruções/bloqueios) entre os ventrículos, onde fica o líquido do cérebro, o que impede a comunicação entre eles”, explica Viegas.

Segundo ele, em teoria, seria necessário um cateter para cada obstrução, o que tornaria o procedimento inviável, devido a várias perfurações e o aumento na chance de infecção. Com a endoscopia, foi possível realizar a liberação de várias cavidades e a drenagem do líquido em excesso.

Para Machado, que realizou a cirurgia, esse procedimento de alta complexidade foi possível graças à parceria com uma empresa de materiais médicos. Além disso, o trabalho de toda a equipe de neurocirurgia e do centro cirúrgico do Humai devem ser exaltados, já que providenciaram tudo para que isso fosse possível em Ponta Grossa sem a necessidade de transferir o paciente para um centro de referência em Curitiba.

Os profissionais de saúde convivem diariamente com uma linha tênue entre salvar vidas e perder vidas. Mas quando o resultado é positivo, a sensação de dever cumprido é emocionante. É o que podemos perceber no relato da coordenadora do Centro Cirúrgico (CC) do Humai, a enfermeira Danielle Ritter Kwiatkoski.

Ela conta que o neurocirurgião Guilherme Machado comunicou sobre a necessidade da cirurgia no dia 20 de março e que seria um procedimento inédito na história do Humai, devido à complexidade e também os instrumentos que seriam utilizados. “Lembro que pensei como sempre penso: que Deus me ajude e que possamos dar o nosso melhor para esse bebê que está precisando do nosso trabalho e do nosso centro cirúrgico.”

Foram duas horas de cirurgia, conforme a previsão médica. Durante o procedimento, tudo ocorreu bem e o paciente manteve os parâmetros com o atendimento do anestesista Marcio Hyeda. “Ao término da cirurgia, quando ele extubou e ouvimos ele acordar chorando, foi a sensação de mais um dever cumprido e um misto de alegria e emoção tomou conta de toda equipe”, conta Danielle. “O paciente realizou o pós operatório imediato na UTI e quando fui entregar a parte de materiais deste Setor já pude vê-lo no colo da mãe. Foi difícil de conter as lágrimas nesse momento”.

Além dos médicos Fábio Viegas, Guilherme Machado e Marcio Hyeda; dos enfermeiros Edson Carneiro e Danielle Ritter Kwiatkoski; participaram da cirurgia as instrumentadoras Vanessa e Marize; as circulantes Edina Lemes e Verônica Rodrigues; e a residente em Neonatologia Amanda França.

Texto: Tierri Angeluci /UEPG

Foto: Jéssica Natal/UEPG

Publicado em 10 de abril de 2025 às 14:02

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