CUBO MÁGICO É USADO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA EM ESCOLA MUNICIPAL

Alunos do 4º da Escola Haydeê Ferreira de Oliveira usam o brinquedo com ótimos resultados

Os famosos e difíceis cubos de Rubik, cuja montagem exige raciocínio lógico, memorização e outras habilidades, foram adotados pela Escola Municipal Professora Haydeê Ferreira de Oliveira, em Ponta Grossa, para melhorar o aprendizado de matemática dos alunos do 4º ano, com excelentes resultados. As crianças não apenas melhoraram o desempenho na matemática como também nas outras disciplinas, ficaram mais atentas e ágeis na resolução de problemas, e o mais empolgante: todos resolveram o desafiador cubo mágico.

Em apenas cinco meses, foi notável o desenvolvimento da agilidade do raciocínio, a noção espacial e a habilidade para a compreensão dos problemas e apontamento de soluções. A contribuição ocorre porque, na verdade, resolver o cubo não exige mágica, e sim técnica, como descobriu o aluno Brenno Caio Martins. “É um passo a passo que você precisa seguir para chegar na solução. Conseguir montar é uma coisa que precisa de persistência, mas treinando você consegue”, define o jovem.

No projeto “Desvendando o Cubo Mágico: Uma Jornada de Histórias e Desafios”, conduzido pelas professoras Caroline Graboski Sansana e Solange Evan Maria Malanczen, do 4º ano, os cubos foram utilizados como ferramenta pedagógica para desenvolver diversas habilidades cognitivas, em quatro etapas: introdução ao cubo mágico; desvendando os primeiros passos; aprofundamento e resolução completa; desafios e aplicações. Cada etapa foi cuidadosamente planejada para integrar conhecimentos matemáticos e de geometria com atividades práticas e lúdicas, com histórias e também tutoriais disponíveis na internet.

O insight da professora Solange surgiu quando ela foi desafiada pelos filhos a montar o cubo, em casa. “Pensei, se eu consegui, meus alunos também conseguirão”, revela. Rapidamente, conversou com a colega Caroline, apresentaram os planos para a equipe pedagógica, que conseguiu os cubos, e iniciaram o projeto. “Fizemos um trabalho interdisciplinar, visando situações problema, com os sólidos geométricos, calculando o volume do cubo, um trabalho amplo. Percebemos que o raciocínio das crianças ficou mais rápido, mais persistente. Eles conseguiram ler, entender e resolver os problemas muito mais rápido”, relata a professora.

A diretora Elaine Cristina Bialuca Lamoglia conta que o investimento da escola no conjunto de cubos foi de aproximadamente R$ 600, com apoio da Associação de Pais e Funcionários (APF) da escola e do Conselho Escolar. O trabalho começou em agosto e teve aulas semanais de 1h30. “Foi um pequeno investimento para um resultado tão grande. Foi um investimento pedagógico que teve o envolvimento das famílias, muitos pais adquiriram para eles, que treinaram muito em casa, mostrando a técnica. Porque o cubo mágico nada mais é do que usar o raciocínio para chegar na resolução”, comenta a diretora.

Torneio

O ponto alto do projeto foi um campeonato de montagem do cubo mágico, realizado na escola, com a participação de 20 alunos. Seguindo as regras da World Cube Association (WCA), os alunos tiveram duas tentativas para resolver o cubo, e a média dos dois melhores tempos determinou a classificação final. Medalhas foram entregues aos três primeiros colocados e todos os participantes receberam certificados.

O professor Filipe Gusmão, de Educação Física, conta que a atividade teve reflexos também em sua disciplina. “Os alunos estão mais concentrados no desenvolvimento das atividades esportivas, bem como no raciocínio lógico e na construção de estratégias nos jogos”, destaca. No próximo ano, as crianças vão continuar o projeto com outros modelos de cubo, como o Pyramix, e serão contemplados também os outros alunos da escola.

Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 15:47

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