CRACÓVIA DE PRUDENTÓPOLIS CONQUISTA O SELO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DO INPI

Descendentes de ucranianos produzem o embutido desde a década de 1960 no Centro-Sul do Estado

Depois da broa de centeio, trazida pelo imigrantes alemães, agora é a vez da cracóvia de Prudentópolis conquistar a Indicação Geográfica (IG) na modalidade de Procedência, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Produzida desde a década de 1960 por descendentes de ucranianos, em Prudentópolis, município do Centro-Sul do Paraná, a cracóvia é o 16º produto paranaense a receber o selo.

Produzido desde 1960 por descendentes ucranianos na cidade de Prudentópolis, no Centro-Sul do Paraná, a cracóvia é um embutido com textura firme e cor entre rosado e avermelhado. Feito com carne suína nobre, magra e selecionada, que não pode ter sofrido congelamento, além de sal, pimenta, alho e especiarias. Depois de embalada, passa por um processo de defumação moderada, que é seguido por um período mínimo de 12 horas de resfriamento. O pedido de reconhecimento havia sido feito pela Associação dos Produtores de Embutidos de Prudentópolis (Apep) em setembro de 2023.

O título de Indicação Geográfica certifica produtos ou serviços cujas características e métodos de produção estão ligados à sua origem geográfica, valorizando história, tradição, cultura e economia locais. Serve, assim, como um atestado de excelência de qualidade.

“Cada IG conquistada pelo Paraná mostra como temos produtos, serviços e itens extremamente únicos, exclusivos da nossa terra, da nossa cultura e feitos pelas nossas mãos”, disse o secretário de Estado do Turismo, Márcio Nunes. “Isso valoriza as tradições e a qualidade, atraindo mais visitantes, movimentando a economia e incentivando os produtores a preservarem suas práticas e conhecimentos, adquiridas com o tempo, por meio de práticas familiares influenciadas por diversas culturas presentes no Paraná, um Estado rico em tantos aspectos”, afirmou.

“Os itens com selo de Indicação Geográfica acabam ajudando a criar ou consolidar rotas e roteiros turísticos no Estado, como o barreado, prato típico de do nosso Litoral, que atrai muitos turistas que buscam experimentá-lo. Isso acarreta em mais divulgação, atração e distribuição de fluxo turístico aos nossos municípios”, acrescentou o secretário.

DIFERENCIAL – A certificação representa um diferencial competitivo importante para os pequenos negócios, que são, segundo dados do Sebrae, os principais responsáveis pela fabricação e comercialização desses itens. Produtos que recebem essa marca impactam tanto no turismo quanto no comércio de suas regiões, com influência positiva ainda na geração de emprego e renda.

O alcance dos benefícios desse selo para a economia, no entanto, não se restringem apenas ao local de origem do produto. Exemplo disso está em Curitiba, a cerca de 200 km de Prudentópolis. Flavia Goski, proprietária da loja Bon Vivant, no Mercado Municipal da capital, está acostumada a comercializar a cracóvia e está otimista com a novidade. “Vendemos esse item há aproximadamente 20 anos, quase o mesmo tempo de existência da nossa loja neste ponto. A cracóvia é um item muito popular no Estado, que atinge os turistas que visitam o Paraná por conta da autenticidade. Não é raro encontrar turistas que levam esse item para casa para presentear amigos e familiares, por conta do sabor diferenciado e inusitado deste salame”, explicou. “Agora, com o reconhecimento da Indicação Geográfica, esperamos que este produto chame mais atenção e atraia mais compradores.”

PRODUTOS CERTIFICADOS – No Paraná, já estavam na lista de IG a aguardente de cana e cachaça de Morretes; a goiaba de Carlópolis; as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonina; o melado de Capanema; o queijo da Colônia Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro; a camomila de Mandirituba; os vinhos de Bituruna; e recentemente a broa de centeio da Padaria América, em Curitiba.

Há ainda outros produtos na luta pelo registro, com pedidos depositados no INPI: as tortas de Carambeí; o mel de Prudentópolis; o urucum de Paranacity; os queijos do Sudoeste do Paraná; a carne de onça de Curitiba; o café de Mandaguari; a poncã de Cerro Azul; os ovinos e caprinos dos municípios que compõem a Cantuquiriguaçu; o ginseng de Querência do Norte e as ostras da região do Cabaraquara.

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 16:54

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