BABI DOMINGOS RECEBE CARINHO DAS CRIANÇAS NO RETORNO DA OLIMPÍADA

Ginasta curitibana reinicia os treinamentos com festa pelo desempenho em Paris

Dezenas de pequenas atletas receberam nesta quarta-feira (28) a atleta Barbara Domingos, a Babi, que conquistou o melhor resultado do Brasil na história da ginástica rítmica em Jogos Olímpicos, com o 10º lugar em Paris-2024. Com flores e cartazes, a volta ao ginásio da Secretaria de Estado do Esporte (Sees), em Curitiba, local onde Barbara realiza seus treinos, foi repleta de emoção e homenagens.

“É muito gratificante ter esse reconhecimento. Elas sabem, estão aqui comigo todos os dias no treino, viram o quanto foi difícil, mas a gente conseguiu. Ter esse carinho delas agora no retorno é algo inexplicável, muito bom”, destaca Babi, sobre a surpresa preparada pelas atletas mirins.

Após conquistar a vaga inédita para uma final do individual geral de ginástica rítmica, a atleta mobilizou o público brasileiro, encantado pelas apresentações e que chamou a atenção, inclusive, de veículos de imprensa internacionais. “Trabalhamos muito, acreditamos no processo e deu tudo certo. Ainda estou tentando entender o que aconteceu aqui. A gente não tinha essa dimensão quando estávamos em Paris do que tinha acontecido, dessa reviravolta no Brasil. Eu só pude entender e perceber o que eu tinha feito quando cheguei”, explica a atleta, que retornou ao Brasil na última segunda-feira (26).

“Eu vi que o nosso esporte tem um olhar diferente agora. Muitas pessoas reconhecem o que é ginástica rítmica. Antigamente havia uma confusão entre o que era artística e rítmica e hoje não, todo mundo já entende o que é cada uma. Isso para gente é muito importante”, complementa.

De volta ao Brasil, Babi retorna aos treinos para cumprir mais um desafio. No final de setembro, ela disputa o Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica, última competição deste ciclo de 2024. Depois, férias para, segundo ela, “colocar a cabeça no lugar” e pensar nos próximos objetivos.

CARREIRA – Babi começou no esporte ainda criança, aos 5 anos, na ginástica artística, tendo como modelo Daiane dos Santos. Mas pouco tempo depois, devido ao seu perfil, logo mudou para a rítmica, sob os cuidados da técnica Márcia Naves, que a acompanha há 18 anos e esteve ao lado dela em Paris.

“Foi uma emoção única, uma coisa inexplicável. Estar na Olimpíada é o topo, não tem lugar mais alto do que esse. É algo muito significativo, um sonho realizado por qualquer treinador, por qualquer atleta, por qualquer pessoa que vive o esporte”, afirma Márcia. “É o sonho de todos nós.”

Em meio a tantas atletas de diversas partes do mundo, a brasileira se destacou não só pelo resultado, mas também pela sua personalidade. “Ela tem uma coisa que as outras ginastas não têm. Ela é expressiva, é graciosa, ela faz os pelos do corpo arrepiarem, e isso faz toda a diferença. Isso contamina quem está assistindo, e foi o que fez com que ela fosse uma finalista olímpica e estar no top 10 do mundo”, complementa a técnica.

Na classificação para a final em Paris, Barbara conquistou a somatória de 129.750 nos quatro aparelhos (bola, arco, maças e fita), ficando em oitavo lugar, sendo que apenas as dez melhores, dentre 24 atletas, passaram para a segunda etapa. O melhor resultado brasileiro até então havia sido o 23º lugar de Natália Gaudio, na Rio-2016. Já na fase final, somou 123.100 nos quatro aparelhos.

APOIO — Babi não estava sozinha em Paris. Além da presença da técnica e da delegação brasileira de ginástica rítmica, um apoio foi fundamental para chegar até a final: a família.

Aristides Lopes Domingos é pai da Babi e conta que todo o esforço para assistir a filha pessoalmente valeu a pena. “Ela disse ‘pai, eu estou indo para a Olimpíada, fiz de tudo para conquistar essa vaga e agora vocês não vão?’. Ficaria uma parte dela para trás e disse para gente que não seria a mesma em quadra se não estivéssemos lá. Então nos reunimos e pudemos estar juntos com ela nesse momento histórico”, lembra Domingos.

GOP – É justamente o apoio ao esporte um dos focos do programa estadual Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), que tem Babi quanto a técnica Márcia são bolsistas. Neste ano, por participarem dos Jogos Olímpicos, elas receberam uma bolsa maior, de R$ 3 mil mensais.

O diretor de Fomento, Incentivo e Promoção do Esporte da Sees, Clésio Prado, afirma que o apoio, ainda na base, contribui para a formação de atletas de alto rendimento, um dos objetivos do GOP. “Um orgulho, uma emoção recebê-las. É toda a construção de uma história de vida. Só a Babi tem desde 2012 o incentivo do Governo do Estado pelo Geração Olímpica, e a Márcia também”, comenta Prado.

“Aqui a estrutura é toda adequada para prática da ginástica rítmica. Fizemos uma reforma no ginásio, na estrutura e é nesse ambiente, através das escolinhas, onde nasce o esporte, na base.”

Babi credita os seus resultados também ao apoio do GOP. “Foi fundamental porque desde o início da minha carreira eu pude ter esse apoio. Desde os meus 12 anos estou no projeto. Tem muitos atletas que estiveram na Olimpíada e que também fazem parte do projeto”, destaca. “Eu vejo que mudou muito a nossa vida, a gente pode investir mais no nosso esporte, modificar, mudar, trabalhar mais também. E com isso o resultado vem.”

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