ASTROS DO SKATE, JAPINHA E CINI RECEBEM O CARINHO DA GAROTADA

Dupla é exemplo para as novas gerações do esporte paranaense

As crianças que praticam skate na pista do Ginásio Tarumã, em Curitiba, tiveram um ânimo a mais nesta quarta-feira (14). Os skatistas curitibanos Augusto Akio, o Japinha, bronze na Olimpíada de Paris na modalidade skate park, e Luigi Cini, bolsista do programa do Governo do Estado Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), que ficou no sétimo lugar nos Jogos, foram até o Tarumã comemorar a conquista. O secretário estadual do Esporte, Helio Wirbiski, também recepcionou os atletas.

Com cartinhas na mão para entregar aos ídolos, as crianças que fazem aulas gratuitas no espaço do Governo do Estado também aproveitaram o encontro para pedir autógrafos nos shapes e capacetes, posarando para fotos com os skatistas. Atualmente, 40 pessoas, principalmente crianças, aprendem skate na pista, mas há 80 vagas disponíveis para utilizar o local nas aulas.

“Eu fico muito feliz, é uma realização enorme saber que eu sou uma inspiração para muitas crianças e jovens. A mensagem que eu tenho para eles é que façam aquilo que se sentem bem, independente se for andando de skate, escrevendo um texto ou compondo uma música”, disse Augusto. “É uma sensação muito boa voltar para casa com medalha, ela traz uma certa responsabilidade e atrai muita atenção”, complementou.

A pista do Centro Nacional de Treinamento de Skate (CNTSK8) foi inaugurada em dezembro do ano passado, construída em parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Esporte, a Federação de Skate do Paraná e a Confederação Brasileira de Skate (CBSK). O complexo esportivo conta com uma estrutura completa de 1.500 metros quadrados, com pistas para as modalidades park e street. recebeu R$ 3,5 milhões de investimento.

“Temos hoje 14 parceiros dentro do Ginásio Tarumã, incluindo a Confederação Brasileira de Skate, utilizando a estrutura para oferecer aulas gratuitas em diversas modalidades”, explicou Rogério Riva, diretor de Infraestrutura e Projetos Esportivos da Secretaria do Esporte. “Todas as esferas do poder público têm que propiciar à população a realização de atividades esportivas. A construção desta pista, que serviu para o treinamento da Seleção de Skate, traz resultados. Um exemplo é a medalha do Japinha, que treinou aqui”.

Luigi Cini, que também representou Curitiba nos Jogos Olímpicos de Paris, celebrou a recepção na cidade natal. “Nunca tinha andado de skate antes com aquele número de público como na Olimpíada. E sentimos que o público brasileiro que é o maior do mundo, ninguém apoia o esporte como os torcedores do nosso País”, disse.

“Estive perto de ir ao pódio, errei a última manobra, mas o Japa conseguiu acertar a volta cravada e trouxe para casa essa medalha que significa muito para a cena do skate de Curitiba, que foi por muito tempo considerada underground, porque não teve apoio por muitos anos. Mas por tudo que vemos aqui, já começou a mudança”, complementou.

FAMÍLIA – Quem também acompanhou a visita dos skatistas na pista foram o pai e o avô do medalhista Japinha. Imigrante japonês, o avô do atleta, Fumio Takahashi, é acupunturista, já atendeu atletas como Ronaldinho Gaúcho e Lionel Messi e ajudou o neto na preparação para Paris, após uma lesão colocar em risco a medalha.

“Ele machucou o tornozelo, e eu tinha muito medo de não conseguir terminar o tratamento, mas dois dias antes de embarcar já estava bom. Por segurança, fiz acupuntura no último dia e ele ficou bom”, contou Takahashi. “Já atendi muitos jogadores de futebol, muitos atletas, mas tenho 86 anos e já não viajo mais para fazer os tratamentos. Mas o neto é minha fortuna, ele é o diamante da minha vida, eu não posso deixar de tratá-lo”.

O pai de Augusto, Altamiro Alves dos Santos, falou sobre a emoção de acompanhar o filho na final olímpica. “Eu assisti de longe, pela televisão, e a forma que a medalha foi conquistada foi muito emocionante, porque ele acertou a última volta. Então eu falo para os meus amigos que se não enfartei dessa vez, não enfarto mais”, disse.

Ele conta que no início da carreira do filho, que começou a praticar skate com seis anos de idade, a família precisava viajar para outros lugares para as competições e treinamentos, porque não tinha no Estado as pistas das modalidades que ele praticava.

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