A VERDADE SOBRE O “CAFÉ FAKE”: O PRODUTO QUE CONFUNDE CONSUMIDORES NOS SUPERMERCADOS

“Café” falso ganha espaço nas prateleiras e gera preocupação com a qualidade e regulamentação

Nos últimos dias, um novo item tem se destacado nas prateleiras de supermercados e gerado polêmica nas redes sociais: o “cafake”. A mistura, que se parece com café, mas não é, ganhou popularidade após ser descoberta por consumidores e passou a circular com a etiqueta de “pó para preparo de bebida à base de café”. O produto, que tem embalagem similar à do café convencional, está sendo vendido por preços muito abaixo do valor médio do café – cerca de R$ 13,99 o pacote de meio quilo, enquanto o café de verdade custa em média R$ 30.

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alertou que esse produto, sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contém uma mistura de café com impurezas, como casca, mucilagem e até pedras, que não são próprias para o consumo. Embora o produto não tenha sido oficialmente aprovado para venda, ele segue ganhando popularidade, especialmente devido ao seu preço acessível.

Produtos “Parecem, Mas Não São”: A Expansão de Produtos Similares

O “cafake” é apenas um exemplo de uma crescente tendência no mercado: produtos que imitam alimentos e bebidas tradicionais, mas que não são feitos com os mesmos ingredientes. A prática de substituir ingredientes mais caros por alternativas mais baratas tem se intensificado em tempos de inflação, com consumidores em busca de opções mais econômicas, mas que podem ser prejudiciais à saúde e enganosas na hora da compra.

Além do café falso, outros itens como bebidas lácteas (que parecem iogurte), óleo composto (mistura de azeite com outros óleos vegetais) e cremes culinários (que se apresentam como creme de leite) têm se tornado comuns nas gôndolas dos supermercados. A listagem dos ingredientes desses produtos frequentemente revela que eles são feitos com materiais de qualidade inferior, com adição de gorduras vegetais, amidos modificados e outros componentes que diminuem o custo de produção.

O Impacto na Saúde e a Regulação dos Alimentos

Embora esses produtos não sejam necessariamente prejudiciais à saúde, muitos deles se enquadram na categoria de ultraprocessados, que são conhecidos por apresentar altos níveis de açúcares, gorduras e sal, fatores que contribuem para o aumento de doenças como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares. A recomendação da nutricionista Mariana Ribeiro, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), é estar atento ao rótulo e evitar produtos com corantes, aromatizantes e edulcorantes, ingredientes frequentemente presentes nos ultraprocessados.

A falta de regulação e rotulagem clara é uma das principais preocupações em relação a esses produtos. Embora a indústria de alimentos tenha liberdade para criar alternativas mais baratas, a rotulagem deve ser clara e indicar que o produto não é o original. Isso é fundamental para que o consumidor possa fazer escolhas informadas e evitar surpresas na hora de consumir o item.

A Popularidade do “Café Fake” e Seus Riscos

O “cafake”, por exemplo, é um caso extremo de produtos que se parecem com algo tradicional, mas não são, e que acabam confundindo consumidores desavisados. A embalagem, que imita a de um café tradicional, não deixa claro que se trata de um substituto e não o café genuíno. A Abic alerta que o produto não tem registro da Anvisa e não deve ser comercializado, uma vez que apresenta uma mistura não regulamentada e não segura para consumo.

Por fim, a preocupação com esses produtos similares vai além da confusão no ponto de venda; é também uma questão de saúde pública, já que muitas dessas imitações podem ter efeitos adversos a longo prazo. Além disso, a falta de controle e fiscalização por parte das autoridades de saúde pode tornar mais difícil a identificação desses produtos no mercado.

É essencial que os consumidores estejam cientes da diferença entre os produtos autênticos e os substitutos, e que as autoridades mantenham um olhar atento para evitar que mais “cafakes” e similares ganhem espaço no mercado.


Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 09:13

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