A TENDÊNCIA CHOCANTE DA “COLHEITA”: ADOLESCENTES EXIBEM FURTOS NO TIKTOK E USAM A CLEPTOMANIA COMO DESCULPA

Jovens viralizam vídeos mostrando produtos roubados de lojas e transformam o crime em um desafio social preocupante.

Nos últimos meses, uma tendência alarmante tem se espalhado entre adolescentes nas redes sociais, especialmente no TikTok e na rede social X. Um grupo de jovens mulheres tem gravado vídeos exibindo produtos furtados de lojas de cosméticos e perfumarias, chamando a prática de “colheita”. Além disso, muitas delas utilizam hashtags como #clepto, #cleptotwt e #cleptogirl, alegando que sofrem de cleptomania para justificar os furtos.

A cleptomania é um transtorno psiquiátrico reconhecido, caracterizado por um impulso incontrolável de roubar objetos desnecessários ou de pouco valor. No entanto, especialistas alertam que essas adolescentes não apresentam os sintomas desse transtorno e, na realidade, estão banalizando uma condição séria para legitimar suas ações ilícitas.

Adolescentes compartilham furtos nas redes sociais – Foto: Reprodução/ X
Publicação de uma integrante do ‘cleptotwt’ – Foto: Reprodução/ X

A viralização da “colheita” nas redes sociais

O termo “colheita” tem sido utilizado por essas jovens para se referir aos furtos como se fossem algo natural ou até mesmo um estilo de vida. Nos vídeos, elas mostram produtos de beleza como perfumes, maquiagens e itens para cabelo, muitas vezes gravando “tutoriais” sobre como furtar sem ser pegas. O conteúdo tem gerado preocupação entre pais e educadores, pois a prática não apenas incentiva comportamentos criminosos, mas também transforma o furto em um desafio social, onde quem rouba mais ou itens mais caros recebe maior reconhecimento online.

Consequências legais e sociais

Apesar da aparente impunidade nas redes, os furtos registrados nesses vídeos podem ser usados como provas criminais. Especialistas alertam que os jovens envolvidos podem responder judicialmente por crimes contra o patrimônio, incluindo furto e associação criminosa, dependendo da gravidade do caso. Além disso, a glamorização dessas ações pode gerar um efeito dominó, influenciando outras adolescentes a replicarem o comportamento.

Plataformas como o TikTok e X vêm sendo pressionadas a agir contra esses conteúdos, removendo vídeos e bloqueando contas que promovem atividades ilegais. Ainda assim, a disseminação da “colheita” mostra como as redes sociais podem ser um terreno fértil para normalizar comportamentos prejudiciais, especialmente entre os mais jovens.

O papel da sociedade e da família

A banalização da cleptomania como desculpa para furtos preocupa especialistas em saúde mental. A verdadeira cleptomania requer tratamento psicológico e acompanhamento profissional, e não deve ser usada como justificativa para ações premeditadas.

Pais, educadores e autoridades precisam estar atentos a essa tendência e reforçar a importância da ética e da responsabilidade digital. Conversas abertas sobre os riscos e consequências desses atos, tanto na internet quanto fora dela, são essenciais para evitar que essa prática se torne ainda mais comum.


Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 08:20

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