EM BUSCA DA ERRADICAÇÃO DA HANSENÍASE O PARANÁ LANÇA NOVO PLANO ESTRATÉGICO

O Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase será comemorado no dia 26 em homenagem a Germano Traple

O Plano Estratégico de Enfrentamento à Hanseníase no Paraná 2025-2030 foi lançado pela Secretaria da Saúde (Sesa) na quarta-feira (21). Mesmo com a diminuição do número de casos nos últimos anos, a hanseníase ainda é uma preocupação. Em uma série histórica de 10 anos, a doença passou de 750 casos em 2014 para 399 em 2024, mas ainda persiste o diagnóstico tardio, quando a doença já está em formas avançadas, gerando incapacidades físicas irreversíveis e impactando a qualidade de vida das pessoas.

Na próxima segunda-feira, dia 26, será comemorado o Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase no Paraná. Esta data foi escolhida em homenagem ao médico hansenologista Germano Traple, que nasceu nesta data e foi uma referência no tratamento preventivo de incapacidades físicas no Paraná. A data visa reforçar a importância das ações preventivas, do diagnóstico precoce e tratamento adequado, bem como de combate ao estigma e discriminação associados à doença.

O PLANO – O objetivo do Plano Estratégico de Enfrentamento à Hanseníase é reforçar os compromissos do Estado para o controle com vistas à eliminação da hanseníase como um problema de saúde pública. Uma meta é zerar a taxa de detecção anual de casos em menores de 15 anos, reduzir para menos de 5% a proporção de novos casos diagnosticados com grau 2 de incapacidade física, atingir mais de 90% de contatos examinados de casos novos, alcançar mais de 90% de cura, dentre outros.

“Essas ações refletem o compromisso contínuo do Paraná em fortalecer a assistência e promover a eliminação da hanseníase, alinhando-se às diretrizes nacionais e internacionais de saúde pública”, disse o secretário Beto Preto.

TRABALHO INTEGRADO – A coordenadora de Promoção da Saúde da Sesa, Elaine Cristina Vieira, apresentou o novo plano aos representantes e gestores municipais e estaduais e ressaltou a importância de iniciativas já existentes e que devem ser intensificadas. Dentre elas, a TeleHansen – estratégia que permite aos profissionais da Atenção Primária solicitar teleconsultoria com especialistas, tanto sobre o diagnóstico da hanseníase quanto a respeito da avaliação de incapacidades físicas.

A Sesa ainda realiza a distribuição de testes rápidos para detecção da hanseníase aos municípios paranaenses. Esses testes apoiam a Atenção Primária à Saúde (APS) na vigilância às pessoas que estiveram em contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença.

DADOS – Segundo o Ministério, o Brasil está em primeiro lugar no mundo em incidência de hanseníase e em segundo lugar em número absoluto de casos, atrás apenas da Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2021 foram diagnosticados no Paraná 418 novos casos; em 2022, 396; em 2023, 470 e no ano passado, 399. Atualmente 744 pessoas acometidas pela doença estão em tratamento no Estado.

O Paraná conta com o Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, localizado em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, que foi inaugurado em 1926, com o intuito de atender exclusivamente pessoas com hanseníase. Hoje, sob gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (Funeas), é referência em dermatologia e feridas com oferta de serviços especializados com equipe multiprofissional.

VIGILÂNCIA LABORATORIAL – Com o objetivo de fortalecer a articulação entre as equipes e promover o alinhamento técnico das ações relacionadas ao diagnóstico da doença, o Laboratório Central do Estado (Lacen) recebeu a visita técnica da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) e do Instituto Lauro de Souza Lima, que é o laboratório de referência nacional para hanseníase.

Na oportunidade foram discutidos os protocolos dos novos exames implementados, como a pesquisa de resistência medicamentosa e o teste de qPCR, além das rotinas de revisão de baciloscopias.

HANSENÍASE – Trata-se de uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais. A hanseníase tem cura e cessa a transmissão assim que iniciado o tratamento.

O tratamento é feito exclusivamente pelo SUS e a medicação é fornecida gratuitamente nas unidades de saúde, com duração de 6 a 12 meses, podendo ser prorrogada de 9 a 18 meses, dependendo da forma de manifestação da doença.

SINTOMAS – Confira os sintomas mais comuns que indicam a necessidade de procurar o serviço de saúde:

– Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);

– Áreas com diminuição dos pelos e do suor;

– Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;

– Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;

– Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Publicado em 22 de maio de 2025 às 13:31

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