PARANÁ TEM AUMENTO DE TRANSPLANTES NO 1º SEMESTRE

Estado conta com maior número de doações de órgãos do País

O Paraná se mantém como o Estado com maior número de doações de órgãos por milhão de população no País, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). São 41,6 doações por milhão, seguido por Rondônia (40,5), Santa Catarina (39,4) e Rio de Janeiro (26,9). A média nacional ficou em (19,1).

Entre janeiro e junho de 2024, o Paraná registrou 648 notificações de potenciais doadores, resultando em 242 doações efetivas. Este é o maior número de notificações já registrado no Estado. A taxa de recusa familiar para doação também diminuiu, passando de 122 recusas (27% das notificações) no primeiro semestre de 2023 para 103 recusas (25%) no mesmo período de 2024.

Há pouco mais de três semanas, Fernanda Nogueira, de 11 anos, ganhou um novo coração. Ela também é parte dessa grande rede de solidariedade. Foram três meses internada após descobrir uma insuficiência cardíaca.

“Eu fiquei nervosa e com um pouco de medo no começo. Mas quando acordei da cirurgia estava tudo bem. Agora não vejo a hora de voltar para a escola, conversar com meus amigos e estudar. Talvez eu seja professora ou enfermeira, porque quando fiquei internada vi as enfermeiras tratarem as crianças com muito carinho e pensei que eu poderia fazer isso também”, planeja.

Em 2024, entre janeiro e junho, houve quatro transplantes de coração em crianças até 18 anos. Além disso, aconteceram outros nove transplantes de rim, cinco de fígado e 18 de córnea. Atualmente, são 51 crianças na lista de espera por algum órgão no Paraná.

De acordo com o médico Bruno Hideo, responsável clínico pelo transplante cardíaco pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, o tempo de espera ainda é grande na fila dos pacientes pediátricos. “Temos pacientes que esperam por até um ano e meio, por isso é muito importante essa conscientização sobre a doação de órgãos. Essa é uma conversa que as famílias precisam ter, pois ela salva vidas”, afirma.

Em agosto deste ano, Jalisson Duarte, de 14 anos, completará 11 anos como transplantado. Ele recebeu um rim aos quatro anos de idade, depois de passar por sessões de hemodiálise três vezes por semana desde que tinha um ano. Da época, ele pouco se lembra, mas emociona-se ao falar sobre o que significa.

“É uma esperança de vida, uma alegria. Minha vida hoje é normal: jogo futebol, ando de bicicleta, de tudo um pouco. Por isso é importante doar, porque é um sonho”, afirma.

Nilson José Dybas completará 52 anos no próximo dia 10 de outubro. Isso oficialmente. Desde 2015 ele também celebra aniversário no dia 15 de setembro e 3 de novembro. O empresário, que mora no em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, precisou passar por dois transplantes de fígado no intervalo de cinco anos depois de ser diagnosticado com esteatose hepática e ter uma trombose biliar.

Além de ser um caso raro por precisar de dois transplantes, Nilson tem sangue AB+, considerado o mais raro de todos os tipos. No primeiro procedimento, foram 33 dias de espera. No segundo, 37. “Tentei manter a calma ao receber a notícia de que eu precisaria de um transplante e depois de cinco anos ter que passar por tudo novamente. Era o que precisava ser feito”, conta. “Mas eu posso dizer que me senti seguro em todas as etapas porque via a organização da equipe. Sei, por exemplo, que os órgãos vieram de outras cidades e que até aeronaves foram usadas para que eu pudesse estar aqui hoje”.

ESPERA – Atualmente, 3.829 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante no Paraná, sendo 3.209 ativas e 620 semi-ativas. A maior demanda é por transplante de rim, com 1.809 pacientes ativos e 321 semi-ativos, seguido por transplante de córneas (1.175 ativos e 204 semi-ativos) e fígado (167 ativos e 80 semi-ativos).

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